quarta-feira, 19 de junho de 2013

Boy or Girl?




Qual o sexo do nosso bebê? Com 18 semanas de gravidez já daria para ver o sexo no ultrassom, mas o que é super normal para nós brasileiros, é proibido para os indianos, na verdade é crime revelar o sexo do bebê. Isso se deve ao fato de que o povo indiano prefere ter um menino. Os filhos trabalham e ganham dinheiro, bom para a família, já as filhas dão despesas, como por exemplo, o dote de casamento que os pais da noiva devem arcar. Ao descobrirem que o bebê era uma menina, abortavam, ainda durante a gestação. O governo acabou por proibir e criminalizar revelar o sexo do feto. Todos devem obedecer à lei, indianos e ocidentais.
Enquanto esperamos o parto, vamos nos deliciando montando um enxoval neutro. Branco, verde, amarelo e bege fazem parte das roupinhas do nosso baby.
Enfim, cultura é cultura! O lado bom é que na hora do nascimento a emoção é em dobro: conhecer seu bebê e saber se é menino ou menina!

sábado, 15 de junho de 2013

O que mudou na lei indiana para surrogacy? E para o Brasil, meu bebê será brasileiro?


O governo indiano estabeleceu novas regras para obter o visto para surrogacy. As novas normas já estão valendo! Resolvemos traduzir o que dispõe a lei indiana. Aí vai:
 Tipo de visto para estrangeiros que pretendem visitar a Índia para cessão de útero/gravidez por sub-rogação e condições para adquirir o visto para esse propósito.
Chegou ao conhecimento do Ministério do Interior que alguns estrangeiros estão visitando a Índia para o comissionamento de sub-rogação. Em tais casos, a mãe de aluguel é geralmente uma cidadã indiana. Estes estrangeiros estão usando o visto de turista para tal fim, o qual não é a categoria de visto apropriada. O problema foi examinado pelo Ministério do Interior e foi decidido que a categoria apropriada no caso será “ Visto Médico”. Neste caso o visto médico pode ser concedido, desde que preenchidas as seguintes condições:
1-O homem e a mulher estrangeiros serão devidamente casados há pelo menos 2 anos;
2-Uma carta fornecida pela Embaixada do país estrangeiro na Índia ou do Ministério do Exterior do país deverá ser inclusa com o pedido do visto, indicando claramente: que o país reconhece a cessão de útero e que a criança (s) nascida da mãe indiana por sub-rogação será permitida a entrada no seu país como filho biológico do casal que procura a gestação por sub-rogação.
3-O casal se comprometerá que cuidará da criança nascida por sub-rogação.
4-O tratamento deverá ser feito somente em uma das clínicas registrada na Clínica de Assistência Reprodutiva. Reconhecida pela ICMR. ( A lista de tais clínicas será compartilhada com MEA de tempos em tempos).
5-O casal deverá realizar um contrato devidamente autenticado entre o casal requerente e a futura mãe indiana por sub-rogação.
Se alguma das condições não forem cumpridas, o pedido de visto deve ser rejeitado.
Antes de deixar a Índia para sua viagem de regresso,  a permissão de “saída” no FRRO/FRO será necessário. Antes de conceder a “saída”, o FRRO/FRO verá se o casal estrangeiro é portador do certificado da clínica de reprodução assistida (ART) cientificando que o casal estrangeiro possui a custódia da criança(s) e que as responsabilidades com a mãe indiana por sub-rogação foram inteiramente cumpridas conforme o contrato.
Para elaboração e execução do acordo citado no parágrafo 1 (v) acima, o casal de estrangeiros podem ser autorizados a visitar a Índia em uma viagem de reconhecimento com visto de turista, mas nenhuma amostra pode ser dada a qualquer clínica durante tal visita preliminar.
Com a mudança o governo divulgou uma lista de clínicas que estão aptas a realizar o tratamento. A lista, assim como, as regras, encontramos no site da Embaixada da Índia em SP. Agora ficou bem mais seguro para o casal escolher uma clínica para fazer o tratamento!
Então, para os ocidentais que reclamavam que a Índia não tinha lei sobre o assunto, agora está tudo regulamentado! Vale lembrar que desde 2002 a surrogacy é permitida em solo indiano.
Ainda falando dos aspectos legais, nosso bebê será brasileiro nato. Para filho de brasileiro que nasce no exterior não é negada a nacionalidade brasileira. Nossa constituição assegura o registro do nascimento em repartição brasileira competente, ou seja, embaixada ou consulado. É o que diz o artigo 12, I, “c” da CRFB. Com isso, ao nascer nosso bebê terá certidão nascimento e passaporte emitidos pela Embaixada do Brasil em New Delhi. Ressalta-se que quando retornar ao Brasil é preciso levar a certidão de nascimento emitida no exterior para registro no cartório do 1º ofício de registro civil no local do seu domicílio, para que a certidão produza efeitos legais aqui.
A Índia não admite, em hipótese alguma, que filho de estrangeiros nascido por surrogacy adquiram a nacionalidade indiana.  
Com relação a cessão de útero/ gravidez por sub-rogação, é certo que o Brasil não se opõe. Nós não temos nenhuma lei formal (que passou pelo processo legislativo) proibindo. Temos uma resolução do CRM, que tem o intuito de guiar seus médicos nesta seara. A resolução, de certo, não proíbe.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Como começou a aventura.

Olá, nosso blog se destina a todos que pensam na possibilidade de ter um bebê por cessão de útero (surrogacy) na Índia, principalmente em Nova Délhi.

Este é o nosso primeiro blog! Não gostamos nem um pouco de exposição, mas neste caso muito especial resolvemos compartilhar nossa bela jornada, com o intuito de ajudar àqueles que nem sabem como começar.

Por problemas clínicos, não podemos gerar uma criança na forma “tradicional”. A primeira tentativa foi tentar fazer surrogacy aqui no Brasil. Tivemos uma amiga que se dispôs a nos ajudar, fomos até o CRM, conseguimos autorização, tivemos um excelente números de embriões, todos implantados em 4 tentativas ( aqui só pode implantar dois por vez, o médico selecionou os melhores, blastocistos...e distribuiu em quatro transferências). Um embrião pegou, estávamos grávidos, mas perdermos com 5 semanas ( nem precisamos dizer que foi muito horrível). E agora? Acabou, desistimos, tentamos nova coleta? Não. Vamos para os EUA (não mesmo!)?, Ucrânia (muito frio!)? INDIA? Sim, sim, sim! Nova Délhi, porque é lá que o Brasil tem embaixada, né!

Antes de qualquer coisa, começamos a estudar as leis. Para o Brasil, todo filho de brasileiro nascido no exterior, pode ser registrado na nossa Embaixada e será brasileiro nato. Para a Índia, bem, na época era um procedimento, agora mudou, então o que está valendo é: só pode fazer surrogacy casais hetero casados há pelo menos 2 anos. (Tem outras regras, que podem ser lidas no site da Embaixada da Índia no Brasil em São Paulo).

Por último, tem 3 empresas aéreas que nos levam até a Índia. Dá para chegar!!!

Bom, tudo certo. E agora qual clínica devemos escolher em Délhi? A primeira, que entramos em contato, disse que seria difícil fazer a fertilização com meus óvulos, porque não teria óvulos suficientes. Hein???? E os 13 embriões que eu consegui aqui no Brasil?!!!! Será que queria me empurrar egg donation? Sei lá! Ficamos um pouco perplexos, mas tudo bem, vamos procurar outra clínica. E por obra de Deus Pai Todo Poderoso e nosso querido e abençoado Lord Ganesha, achamos nossa clínica maravilhosa, com nossas médicas incríveis, dr. Rita e dr. Seema, duas fofas, profissionais, experientes, competentes, ah... Tudo de bom! Sem falar no resto da equipe!

Dia 12/02/2013  embarcamos para Délhi, meu marido, eu e minha mãe (que é médica e foi lá tomar conta de tudo de bem, bem perto). 14 horas depois chegamos a Dubai, 5 horas de conexão, mais 3 horas de voo e agora sim, chegamos na Índia, mas no dia 13/02.

Dia 14/02 fomos para nossa primeira consulta. Estávamos super ansiosos. Queríamos tanto conhecer a clínica, as médicas e todos por lá. Quando cheguei a Délhi, me assustei muito. É tudo junto e misturado: gente, lojinhas vendendo tudo, barracas de comida nas esquinas, pessoas morando em lonas, carros, buzinas, trânsito, ufa! Não adiantou tudo o que eu li sobre a cidade, pessoalmente é outra história. Pensei: será que fiz a coisa certa vindo para cá? E a minha resposta veio assim: estávamos sentados na recepção da clínica aguardando. Quando olho para porta vejo a dr. Rita chegando, logo reconheci, então ela entra, fala com a recepcionista e olha para mim e diz: You are Ana. How are you? Por Lord Ganesha! Ela sabe que eu sou eu. Pode parecer bobo, mas na hora eu pensei que sim, era a coisa certa ter ido para Délhi, porque nós não éramos mais um casal lá. Nunca fomos tão bem tratados assim. Nossas médicas nos atenderam calmamente, conversaram e tiraram todas as dúvidas. Em seguida, passamos a tarde conversando com o diretor (filho da dr. R), que não mediu esforços para nos atender bem. No dia seguinte, conhecemos aquela com quem mantínhamos contato por e-mail. Nem preciso dizer o quanto ela foi atenciosa. Estávamos realmente muito felizes por ter escolhido a clínica e Delhi!!!

No dia seguinte, voltamos e começamos com as injeções. Ao todo foram 09 dias de tratamento e no dia 25/02 colhi meus óvulos. Foram 13 óvulos e 11 embriões. ( Viu como eu tenho bastante óvulos!!!). Dia 28/02 foram transferidos 4 embriões para cada surrogate. E agora é só rezar e esperar.

Dois dias depois da coleta fomos até a clínica para um momento muito especial e emocionante: conhecemos nossas surrogates. Duas mulheres abençoadas, que se dispuseram com todo carinho a gerar nosso bebê. Todos da clínica estavam lá. Teve fotos e docinhos gostosos. Foi muita alegria. Concordamos e aqui reproduzimos uma frase que a dr. Rita. nos disse: os casais que procuram a Índia só podem ter um bebê, porque mulheres como elas se dispõem a gerá-lo. Não se trata só de um negócio. É preciso que os casais as tratem com respeito (bom, fazendo a tradução para o português, foi mais ou menos isso).  O que vimos foram profissionais muito atenciosos e cuidadosos conosco e com as surrogates. Ao contrário do que lemos por aí, podemos afirmar que elas, as surrogates, são sim bem tratadas, bem orientadas e não são exploradas. Elas são sorridentes, bem vestidas, nutridas e com boa aparência. Assim encerramos nosso primeiro ciclo em Nova Déli e naquele momento só nos restava esperar e rezar para que tudo desse certo.

Dia 15/03 já de volta ao Brasil chegou o tão esperado e-mail: resultado positivo. Uma das nossas surrogates estava grávida. Beta hCG: 361.0 ! (Confesso que sentimos um pouco, gostamos tanto das meninas que queríamos que as duas estivessem grávidas). Que manhã feliz! Obrigado ao pessoal da clínica. Obrigado as nossas médicas. Muito muito obrigado ao povo indiano. Sem suas leis, suas mulheres e seus médicos, nós não poderíamos ter nosso filho! Eterna gratidão!

Dia 19/03 chegou a repetição do Beta hCg: 2469,3. Que maravilha!!!!!!

Dia 01/04 nosso primeiro scan chegou: vamos ter um single baby. Atividade cardíaca 143 bpm.

Dia 04/05 chegou nosso segundo scan. Já estamos com 12 semanas. Tudo normal! Junto com ele veio uma agradável surpresa: fotos da nossa lovely surrogate. Muita emoção assim, nós não aguentamos não, hehehe.

Dia 08/05 veio o resultado do double marker “ trisomy 21 and 18: negative”

Dia 12/06 veio o resultado do triple marker “ trisomy 21, 18 and neural tube defects: negative”.

Agora é esperar por mais notícias da Índia.